A rotina mata. Desacelera. Frustra. Estagna.
A chamada de atenção de Adamus para a rotina inalterável dos nossos dias, foi como uma pedrada no charco. Na verdade, abrimos os olhos pela manhã e as perspectivas são sempre «mais do mesmo».
A menos que comecemos pela respiração de saudação do novo dia, pelo retorno à consciente escolha de viver, e pelo momento - ainda que breve - do encontro com a nossa Essência.
Já sabemos que se os nossos dias não mudam, é porque não estamos conectados àquela parte em nós que só entende de alegria e entusiasmo pela vida, e nos ama em silêncio, agora e sempre, à espera da mudança.
Os hábitos são mesmo difíceis de perder: o regressar sistematicamente às expectativas mentais, o fazer as coisas sempre da mesma maneira, o julgarmo-nos sempre incapazes e «menos que», o olharmos para os números da nossa conta bancária e acharmos que isso é o retrato exacto da nossa abundância.
Por muitas e muitas vidas, grande parte de nós, os Viajantes do Tempo, aqueles que programaram o despertar sincronizado da Nova Consciência neste belo e adormecido Planeta Azul, fomos Sustentadores de Energia. Lembram-se?
Vejam este belo desenho de Picasso com que ilustrei estas linhas e sintam. Conseguem ouvir os cânticos de «protecção da Terra», a vibração dos mantras de «salvação do mundo?». De mãos dadas, irmanados naquela inquebrantável cruzada contra a «invasão das trevas», devotámos vidas e vidas a sustentar a energia. Passámos muitos fins-de-ano a manter «a luz acesa», no meio da «alienação geral», lembram-se? Basta olhar para as correntes religiosas - todas - e esotéricas actuais, para percebermos na perfeição o que é ser um «sustentador de energia». Passámos por lá todos, e já cumprimos esse ciclo.
Agora trata-se de MOVER a Energia. A começar por nós mesmos, bem entendido, depois de arrumarmos com elegância a agenda «salva-mundo».
Este corpo e esta mente precisam duma boa vassourada, duma boa limpeza geral. Precisamos de uma desintoxicação urgente das nossas rotinas. Precisamos de respirar este corpo e ajudá-lo na transformação. Precisamos de respirar esta mente e ajudá-la na transformação. Se este Ser Humano que somos é o Vaso Sagrado da Iluminação, como podemos imaginar sequer que vamos fazer o processo sem deitar o nosso velho lixo para fora? Sem nos livrarmos do hábito da sustentação da energia?
Sustentar a energia não é só «estar ao serviço dos outros» à velha maneira. Isso é um fardo a que muitos de nós já renunciámos en nome da Compaixão. Aleluia. É olharmos desassombradamente para nós mesmos e identificarmos o hábito pernicioso, a rotina intolerável que envenena as nossas vidas e nos tira a alegria de viver. É começarmos a pôr em prática esta nova Consciência.
Nem sequer é preciso «escarafunchar» muito nesses venenos. É aceitar que os temos e seguir em frente, perguntando simplesmente: Qual o próximo passo para nos livrarmos deste entulho?
Move-se energia começando pela Respiração Consciente. Mergulhando em nós, ao encontro de Nós.
Aprendendo a ouvir a voz da Essência em Nós, que está desejosa de nos ensinar o «novo». Caminhar duma maneira nova. Aceitar duma maneira nova. «Abundar» duma maneira nova. «Emparceirar» duma maneira nova. Falar duma maneira nova. Rir e viver duma maneira nova.
É tão simples que parece mentira.
E no entanto, resistimos-lhe tanto...
Sem comentários:
Enviar um comentário