5 de Março de 2010
Karnak é um complexo de 29 templos de várias épocas. Muitos deles em reconstrução lenta pelas equipas de arqueólogos de várias partes do mundo.
Há 20 anos atrás, quando lá fui como turista, Karnak era um colosso rodeado de pedras derrubadas à espera de classificação. Mas as impressionantes colunas já estavam lá no sítio, as estátuas e os obeliscos erectos, a imponente entrada ladeada de estátuas mutiladas. Estacionava-se praticamente à porta do monumento, vejam bem.
Hoje está tudo diferente com bilheteiras à distância adequada, tudo pavimentado ao redor, iluminado e ajardinado. O abençoado progresso. Naquela altura, ainda completamente alienada das «coisas do espírito» senti «coisas» tão fortes (mal se começava a falar em «energias»...) que só me lembro de querer sair dali para fora o mais depressa possível. Sei hoje com toda a clareza que tive um encontro de «3ºgrau» com Aspectos meus do passado que permaneciam ali presos das suas angústias e das suas vivências. E se eu não estava pronta para reconhecê-los, muito menos estava para os integrar em Mim.
Por isso esta jornada foi tão preciosa. Estar consciente de tudo (ou quase tudo, ainda) faz toda a diferença. Fomos ali não só absorver o eco dos nossos próprios passos, mas também acordar as energias dos «deuses» com os quais trabalhámos no passado. Eles mantiveram-se ali á espera que um dia os viéssemos substituir nas suas funções. Acordaram da letargia onde foram soterrados e passaram-nos agora o bastão da Nova Consciência. Há deuses novos despertos, pisando as pedras antigas. E as energias soltaram-se, abriram-se, deram-se a conhecer em reverência e celebração. Sim, bastava fechar os olhos e sentir: o chão vibrava e ondulava, o ar soprava bafos cálidos, brisas doces e aromas delicados, o som reverberava por dentro das velhas paredes em resposta ao nosso canto.
Entrámos em Karnak ainda antes do amanhecer, antes que a equipa de arqueólogos franceses recomeçasse o seu trabalho no local, antes que a horda de turistas envadisse o espaço sagrado e em silêncio (98 pessoas em silêncio é mesmo Silêncio!...) e em silêncio deslizámos por entre o labirinto das pedras classificadas até ao pequeno Templo de Ptah vedado ao público em geral, para um encontro extraordinário com uma poderosa energia do passado, de Força e Escuridão.
Um mar de pedras já classificadas, espalhadas em volta, um pequeno templo parcialmente re-erguido, amparado por andaimes e tapumes. Lá dentro um tesouro: a «capela» de Sekhmet, a deusa com cabeça de leão. Tudo escuro cá fora, a aurora começava apenas a fazer-se anunciar, lá longe ainda. Um por um entrámos para um encontro privado com a «deusa». Nada de lanternas.
O lugar tem luz negra própria -à falta de melhor explicação. 3 metros de comprimento por 2 de largura, a porta única de entrada, lateral, à retaguarda. Nem uma janela. Ao fundo, Ela. Uma estátua de granito negro com cerca 1,80 de altura, Sekhmet toda inteira olhando-nos olhos nos olhos. Empurrando um bastão negro e longo na nossa direcção. O ar espesso, morno e perfumado. Uma escuridão de veludo e abraços. Um encontro no Tempo e no Espaço. Uma energia tão negra quanto límpida e envolvente, tão terna... Um silêncio tão fundo! E quando senti que começava a «diluir-me» era hora de dar lugar a outro. Cá fora, ainda em silêncio, estendiam-nos braços para nos recolher da vertigem súbita. Sentávamo-nos mudos nas pedras envoltos ainda em magia e êxtase.
Sekhmet, a Força.
Sekhmet, a Energia que cura e que destrói.
Sekhmet, a Firmeza do Equilíbrio.
Sekhmet, o ardente impulso para a Integração.
Sekhmet, a Fusão da Luz e da Sombra.
Sekhmet estava lá, oferecendo o seu Bastão.
A cada um de nós.
Há 5000 anos atrás eu estive lá. Com medo da escuridão. Rendendo homenagens e fazendo oferendas para aplacar a «fúria» da Deusa. A energia era acutilante e severa aos meus sentidos, sem sombra de ternura. A Deusa era a estátua negra e dura, e as potentes emanações que vinham dela, que vinham de fora de mim. Se fizeres «google» a Sekhmet, vais entender. Era tudo muito mais verdade do que podes ler nas descrições.
Mas hoje... 5000 anos de evolução de consciência depois... encontrei Sekhmet em mim, abri-me integralmente à Luz e à Escuridão que EU Sou, porque tudo é belo e apropriado, a caminho da Fusão dentro de MIM.
O encontro foi todo em Mim.
O ciclo fecha-se docemente, suavemente.
A Vida e o crescer por dentro é toda uma celebração!
Karnak é um complexo de 29 templos de várias épocas. Muitos deles em reconstrução lenta pelas equipas de arqueólogos de várias partes do mundo.
Há 20 anos atrás, quando lá fui como turista, Karnak era um colosso rodeado de pedras derrubadas à espera de classificação. Mas as impressionantes colunas já estavam lá no sítio, as estátuas e os obeliscos erectos, a imponente entrada ladeada de estátuas mutiladas. Estacionava-se praticamente à porta do monumento, vejam bem.
Hoje está tudo diferente com bilheteiras à distância adequada, tudo pavimentado ao redor, iluminado e ajardinado. O abençoado progresso. Naquela altura, ainda completamente alienada das «coisas do espírito» senti «coisas» tão fortes (mal se começava a falar em «energias»...) que só me lembro de querer sair dali para fora o mais depressa possível. Sei hoje com toda a clareza que tive um encontro de «3ºgrau» com Aspectos meus do passado que permaneciam ali presos das suas angústias e das suas vivências. E se eu não estava pronta para reconhecê-los, muito menos estava para os integrar em Mim.
Por isso esta jornada foi tão preciosa. Estar consciente de tudo (ou quase tudo, ainda) faz toda a diferença. Fomos ali não só absorver o eco dos nossos próprios passos, mas também acordar as energias dos «deuses» com os quais trabalhámos no passado. Eles mantiveram-se ali á espera que um dia os viéssemos substituir nas suas funções. Acordaram da letargia onde foram soterrados e passaram-nos agora o bastão da Nova Consciência. Há deuses novos despertos, pisando as pedras antigas. E as energias soltaram-se, abriram-se, deram-se a conhecer em reverência e celebração. Sim, bastava fechar os olhos e sentir: o chão vibrava e ondulava, o ar soprava bafos cálidos, brisas doces e aromas delicados, o som reverberava por dentro das velhas paredes em resposta ao nosso canto.
Entrámos em Karnak ainda antes do amanhecer, antes que a equipa de arqueólogos franceses recomeçasse o seu trabalho no local, antes que a horda de turistas envadisse o espaço sagrado e em silêncio (98 pessoas em silêncio é mesmo Silêncio!...) e em silêncio deslizámos por entre o labirinto das pedras classificadas até ao pequeno Templo de Ptah vedado ao público em geral, para um encontro extraordinário com uma poderosa energia do passado, de Força e Escuridão.
Um mar de pedras já classificadas, espalhadas em volta, um pequeno templo parcialmente re-erguido, amparado por andaimes e tapumes. Lá dentro um tesouro: a «capela» de Sekhmet, a deusa com cabeça de leão. Tudo escuro cá fora, a aurora começava apenas a fazer-se anunciar, lá longe ainda. Um por um entrámos para um encontro privado com a «deusa». Nada de lanternas.
O lugar tem luz negra própria -à falta de melhor explicação. 3 metros de comprimento por 2 de largura, a porta única de entrada, lateral, à retaguarda. Nem uma janela. Ao fundo, Ela. Uma estátua de granito negro com cerca 1,80 de altura, Sekhmet toda inteira olhando-nos olhos nos olhos. Empurrando um bastão negro e longo na nossa direcção. O ar espesso, morno e perfumado. Uma escuridão de veludo e abraços. Um encontro no Tempo e no Espaço. Uma energia tão negra quanto límpida e envolvente, tão terna... Um silêncio tão fundo! E quando senti que começava a «diluir-me» era hora de dar lugar a outro. Cá fora, ainda em silêncio, estendiam-nos braços para nos recolher da vertigem súbita. Sentávamo-nos mudos nas pedras envoltos ainda em magia e êxtase.
Sekhmet, a Força.
Sekhmet, a Energia que cura e que destrói.
Sekhmet, a Firmeza do Equilíbrio.
Sekhmet, o ardente impulso para a Integração.
Sekhmet, a Fusão da Luz e da Sombra.
Sekhmet estava lá, oferecendo o seu Bastão.
A cada um de nós.
Há 5000 anos atrás eu estive lá. Com medo da escuridão. Rendendo homenagens e fazendo oferendas para aplacar a «fúria» da Deusa. A energia era acutilante e severa aos meus sentidos, sem sombra de ternura. A Deusa era a estátua negra e dura, e as potentes emanações que vinham dela, que vinham de fora de mim. Se fizeres «google» a Sekhmet, vais entender. Era tudo muito mais verdade do que podes ler nas descrições.
Mas hoje... 5000 anos de evolução de consciência depois... encontrei Sekhmet em mim, abri-me integralmente à Luz e à Escuridão que EU Sou, porque tudo é belo e apropriado, a caminho da Fusão dentro de MIM.
O encontro foi todo em Mim.
O ciclo fecha-se docemente, suavemente.
A Vida e o crescer por dentro é toda uma celebração!
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