Pelos mails que tenho recebido, confirmo a minha impressão de como é difícil sair da «zona de conforto». Eu própria me debato com esse «travão» ancestral, gerido pelo medo, em muitos aspectos da minha vida. Mas estou mais desperta para os meus próprios «jogos», vendo com mais clareza os jogos dos outros. E digo isto com muito amor, pois já não me salta com tanta facilidade o reflexo automático da crítica. Já consegui «amansar» um pouco os ditos automatismos, e reporto-me mais vezes à «sensitividade», que me mostra quão encerrados estamos dentro das nossas «caixas».
Sabem o que são as «caixas»? Explico.
Tobias diz que vivemos metidos em caixas. O cérebro, claro está, mora na «caixa» craneana. Mas nós vivemos em caixas(as casas), dormimos em caixas, comemos a comida que vem nas caixas, saímos da casa-caixa metendo-nos numa caixa que anda para baixo e para cima. Em seguida entramos numa caixa com rodas que nos leva à caixa onde trabalhamos, a olhar para uma caixa, depois de deixarmos os filhos na caixa. E por aí fora. Isto faz sentido?... Para mim foi uma martelada no toutiço, com vossa licença.
Pois. As nossas caixas.
As nossas caixas dizem-nos que não é seguro sair para fora delas. Mas se não ousarmos abandonar a quadratura (ou caixificação) dos nossos pensamentos e das nossas acções, como diabos vamos andar para a frente e descobrir que coisa é esta da Nova Energia, que é tudo... menos caixas??!!
Amados, bem diz a Norma Delaney (a drª da Nova Respiração) que não há «deuses escangalhados». Daí, a consciência nova da Nova Compaixão: aceitar incondicionalmente os jogos dos outros, porque são apenas isso mesmo: experiências de LIMITAÇÃO. Sem julgar, sem querer modificar, nem ensinar, nem catequizar, nem curar and so on, observar apenas a imensa criatividade de cada um no reino dos jogos das limitações. Ninguém, absolutamente ninguém, é um deus escangalhado. (Já pensaram nisso? Dá logo um «nó» na mente, não dá?)
Mas também, por profundo respeito por nós mesmos, não é necessário entrarmos nesses mesmos jogos, se assim escolhermos.
Adamus é menos diplomático. Já não tem paciência para os deuses que acham que estão limitados (quanto mais escangalhados!!).
Quando pergunta directamente a um cristão qual é o seu «problema», ouve atentamente a resposta e diz: «Bullshit!», ri-se na nossa cara sem qualquer sombra de ofensa e depois passa a outro. É verdade que ele se diverte um bocadinho à nossa custa, mas não faz mal. Havemos de aprender a ultrapassar as nossas caixas. Também, se ele não nos pusesse o espelho da nossa «bullshit» à frente do nariz, quem é que nos fazia a caridade de nos dizer essa verdade?
A zona de conforto, ou caixa, está sempre a pôr-nos o tal travão.
Acho que o mais difícil mesmo, é identificarmos o automatismo que nos puxa de imediato para as protectoras paredes da caixa. Quando menos damos conta... já lá estamos. Mas à medida que o tempo passa, ficamos mais (d)espertos.
Os pioneiros não têm zonas de conforto, a não ser o mergulho na sua auto-confiança. Onde mais havia de ser?
A caixa corneana, oops, craneana, fica toda aflita. Mas que diabos, chegou a hora de sairmos das nossas caixas.
Lembram-se da frase lapidar do guerreiro que sente em plena batalha, o suor de medo da sua própria «caixa biológica»? Aqui vai ela:
Porque tremes, carcaça?
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